domingo, 9 de outubro de 2016

HIPORTEMIA

                                 

                             Hipotermia

Hipotermia é caracterizada pela queda da temperatura normal do organismo, que é 37ºC, para valores abaixo de 35ºC. Essa sensação faz com que o indivíduo entre em processo de tremor devido às contrações dos vasos sanguíneos, que tentam diminuir a perda de calor pelo corpo, mantendo assim o organismo a uma temperatura normal.

                            Classificação

Hipotermia Aguda: É caracterizada pela perda de temperatura corporal, de forma brusca e rápida, devido à exposição intensa ao frio. Essa queda corporal de forma agressiva é causada pela incapacidade do organismo de suprir e manter a energia interna, devido ao fato de ter sido esfriado também. É muito comum em casos de exposição à Neve, Tempestades, etc.
Hipotermia Subaguda: É caracterizada pela perda de temperatura corporal, gradualmente, em períodos mais longos até o desgaste total das reservas do organismo para suprir o calor interno.
Hipotermia Crônica: A mais comum em centros urbanos, principalmente em estações como o Inverno, onde o índice de resfriados e enfermidades acontece com maior freqüência. A Hipotermia Crônica é causada por consequências de alguma patologia.

                          Sintomas

Os sintomas mais comuns de hipotermia são tremores, esfriamento das mãos e pés, dormência nos membros, pouca energia, dificuldade em respirar, pulsação lenta, inchaço na face, perda de controle da bexiga. Em estágios mais avançados a hipotermia causa perda de memória, perda de controle dos membros superiores e inferiores, perda dos sentidos, perda da pulsação e pupilas dilatadas.

                           Causas

A hipotermia é causada devido a uma exposição intensa ao frio, em vários aspectos, como:
  • Em ambientes frios, quando não há um aquecimento corporal que é fornecido pelas roupas, protegendo todos os membros, inclusive a cabeça.
  • Exposição a chuvas e ventos frios. O contato da água com brisas geladas fazem com que a temperatura corporal abaixe.
  • Pessoas que sofreram acidente, que tomam certos tipos de medicamentos, estão susceptíveis a terem hipotermia.
  • Bebês mantidos em ambientes frios também estão aptos a terem hipotermia, se não houver um aquecimento correto de todo seu corpo.

                         Tratamento

Ao detectar um quadro de hipotermia são necessários alguns procedimentos para restabelecer a temperatura corporal, como:
  • Massagens vigorosas no corpo
  • Ingestão de bebidas quentes
  • Se a vítima estiver com roupas úmidas, retire-as imediatamente, pois a água da roupa retira calor do corpo
  • Deitar encostado à vítima, uma vez que a transmissão de calor vinda de outro corpo ajuda a aquecer e melhorar de forma rápida a temperatura corporal da vítima.
  • Jamais dê bebidas alcoólicas, pois elas dão uma sensação instantânea de aquecimento, porém, reduzem a temperatura do corpo.
  • Em casos mais graves, serviços médicos devem ser acionados, para adotar procedimentos mais específicos como infusão de soros aquecidos, aquecimento do tecido sanguíneo através da circulação extracorpórea entre outros procedimentos.

                         Prevenção


                    Para evitar a hipotermia alguns cuidados devem ser mantidos, como:
  • Ao se expor em ambientes frios, utilize vestimentas adequadas. Proteger a cabeça é fundamental, uma vez que até 20% do calor corporal é perdido através dela.
  • Caso estiver molhado devido a chuvas ou outras situações, troque de roupas imediatamente, uma vez que a roupa molhada diminui sua capacidade de manter a temperatura interna.
  • Realizar movimentos corporais, exercícios, para ajudar o sangue circular corretamente, diminuindo sua contração.
  • Com um avanço cada vez maior na proporção de idosos na população mundial e, por que não, na população brasileira devemos estar atentos às particularidades a que esta crescente fatia da sociedade esta sujeita. Assim, há também particularidades a serem consideradas em relação às variações de temperatura ambiental dentro do contexto desta população, visando a prevenção de desfechos desfavoráveis.
  • Primeiramente, faz-se necessário ressaltar algumas alterações próprias do envelhecimento. O idoso reage diferente do jovem quando colocado numa situação de variação da temperatura ambiental.
    O envelhecimento está associado a uma menor taxa metabólica e a uma disfunção da regulação da temperatura corpórea. Isso é proporcionalmente relacionado à fragilidade daquele idoso e a sua quantidade de massa magra (musculatura). Com uma água corporal total menor do que a do jovem, o idoso também encontra-se sujeito a sofrer mais facilmente uma variação na temperatura corpórea.
    Ocorre que, devido a uma disfunção autonômica, a vasoconstrição reacional ao frio está prejudicada no idoso e portanto, há uma menor habilidade em se reter calor. Além disso, uma vez sob a situação de hipotermia (temperatura corpórea inferior a 35º C), os tremores que um idoso apresenta são menos intensos, limitando por sua vez a capacidade de gerar calor. Ocorre também, uma redução da sensibilidade térmica da pele, necessitando de um estimulo mais intenso (uma temperatura mais fria) ou mais prolongado e isso fará com que se inicie uma resposta mais tardia a um estímulo de frio.
    Em suma, o que ocorre para se chegar a uma condição de hipotermia, é uma somatória da perda excessiva de calor (por fatores ambientais) mais a proteção inadequada ao frio, não somente a física como cobertores e aquecedores, mas a intrínseca, relacionada à própria fragilidade do idoso.
    A apresentação pode variar desde tremores, pele pálida e taquicardia, quando numa hipotermia leve (35 a32º C) a até uma perda de consciência e arritmias em casos de uma hipotermia grave (temperatura abaixo de 28º C).
    Somam-se aos fatores de risco inerentes ao envelhecimento, as condições gerais daquele individuo, podendo torná-lo mais ou menos susceptível a um evento desfavorável. Assim, além da supracitada perda muscular, doenças comuns em indivíduos mais idosos como as alterações cognitivas (doença de Alzheimer por exemplo), limitações físicas por qualquer causa, doenças que afetem a sensibilidade como o diabetes e as deficiências vitamínicas, o abuso de substâncias (com destaque para o álcool) e o uso de medicamentos, colocam o paciente sob um risco maior de problemas relacionados ao frio.
    A prevenção é sempre a melhor forma de atuação e nesse sentido, o simples reconhecimento de um risco já é um grande avanço. De uma forma geral, a atividade física voltada para o fortalecimento muscular, exerce um grande fator protetor sobre os idosos, uma vez que proporciona um aumento da taxa metabólica, com maior capacidade de produção de calor, além de se tratar de um tecido que apresenta mais água do que o tecido gorduroso, sendo este ultimo mais abundante proporcionalmente nos idosos.
    Para os idosos frágeis (dependentes), os que irão apresentar diversos fatores de risco para desfechos desfavoráveis, e também para os que vivem sozinhos, recomenda-se também uma atenção redobrada. Deve-se encorajar esses idosos e seus cuidadores a, além de estarem bem acompanhados e monitorados (com bons cuidados de saúde e uma relação próxima com seu médico), utilizar fontes externas de calor, se antecipando a sensação de frio que pode ocorrer de forma tardia.
    Como estamos falando de uma população que é extremamente vulnerável, até as fontes externas de calor devem ser utilizadas com bastante critério. O uso de roupas para frio, o uso de aquecedores, o uso de lareiras e o uso de banhos quentes também deve ser motivo de atenção. Como foi falado, a sensibilidade ao calor também encontra-se reduzida pelo próprio envelhecimento e pelas doenças que o paciente pode apresentar. Assim, não é incomum a ocorrência de queimaduras por exposição a fontes externas de calor e, para os usuários de oxigênio domiciliar, até a ocorrência de incêndios relacionados ao uso do fogo (em lareiras).
    Apesar de as mortes acidentais relacionados a hipotermia serem estatisticamente incomuns, a população idosa é afetada de maneira desproporcional. Vale lembrar também que com o aumento na proporção dos idosos na população geral, a quantidade de pessoas sob risco aumenta sensivelmente e ainda ressalta-se que estamos falando de fatalidades absolutamente evitáveis.
  •  Paralelamente, estes indivíduos com maior musculatura são também mais funcionais e aptos a se autogerirem acarretando num fator indireto de proteção contra a fragilidade e desfechos desfavoráveis como os decorrentes das variações de temperatura.