segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Infertilidade


O que é Infertilidade?



O primeiro conceito que devemos ter é que a fertilidade do ser humano é relativamente baixa. Um casal apresenta uma chance de engravidar de cerca de 20% ao mês.


  Assim, é comum haver algum tempo entre o início das tentativas de engravidar e a gestação, o que levanta a primeira questão: quando um casal deve pensar em infertilidade?

 

No processo de fecundação natural, há as seguintes etapas: ovulação, captação do óvulo pela tuba, fertilização deste pelo espermatozoide e, por fim, implantação do embrião formado no útero.

Define-se infertilidade conjugal como a ausência de gravidez após 12 meses de relações sexuais regulares sem uso de método anticoncepcional.


Este limite de tempo é importante pois, após 1 ano sem conseguir engravidar, o casal deve procurar assistência médica para uma avaliação adequada.

 

Obviamente, existem situações nas quais este tempo deve ser menor. Por exemplo, quando a mulher tem 35 anos ou mais deve procurar ajuda após 6 meses de tentativa.


Outros exemplos são naqueles casais onde há uma suspeita de alteração inicial, como presença de menstruações irregulares, Síndrome dos Ovários Policísticos, endometriose, infecção pélvica prévia, gestação ectópica anterior, laqueadura tubária ou vasectomia.


 

A infertilidade não é um problema raro e atinge cerca de que 15% dos casais.

 

Causas



A etapas do processo reprodutivo precisam estar em perfeito funcionamento para ocorrer a gravidez. As principais fases são a ovulação, a captação do óvulo pela tuba, a fertilização deste pelo espermatozoide e, por fim, a implantação do embrião formado no útero.

 

Portanto, as principais causas de infertilidade são:

 

Fatores femininos



Problemas na ovulação (fator ovulatório)

Alterações tubárias (fator tubário)

Alterações no útero (fator uterino)

Endometriose.

 

Fatores masculinos


Problemas na formação, no transporte ou na ejaculação dos espermatozoides.


 

Ressalta-se que 10% dos casais não apresentam uma causa clara para explicar a infertilidade, mesmo após investigação completa (infertilidade sem causa aparente).

 

Por outro lado, cerca de 20% dos casais apresentará problemas tanto na mulher como no homem, o que explica a importância de sempre investigar ambos. A seguir, iremos detalhar cada um destes fatores.


 

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Fatores femininos.


A ovulação é o processo no qual o óvulo, armazenado dentro dos ovários, é liberado mensalmente. Mulheres que ovulam normalmente apresentam menstruações regulares, muitas vezes precedidas de sintomas pré-menstruais (conhecidos como tensão pré-menstrual ou TPM). Por outro lado, aquelas que não ovulam adequadamente, apresentam menstruações irregulares, associadas, em alguns casos, ao aumento de pelos e acne. Esta última situação é tipicamente encontrada em mulheres com a Síndrome dos Ovários Policísticos (falta de ovulação e ovários com múltiplos micro cistos).


 Outras doenças também podem estar envolvidas, como tumores produtores de prolactina, hipotireoidismo, tumores produtores de androgênios e deficiências enzimáticas raras.


Ilustração do sistema reprodutor feminino.


 

Além disso, a redução da quantidade e da qualidade dos óvulos também é uma causa importante de dificuldade de engravidar.


Este processo está diretamente relacionado a idade, pois os óvulos, ao contrário dos espermatozoides, não se multiplicam e se esgotam. 


Nos dias atuais, quando a gravidez é cada vez mais postergada, este problema é extremamente importante.


 

Após a ovulação, o este é captado pela tuba uterina. É na tuba que ocorre a fertilização, ou seja, o encontro do espermatozoide com o óvulo. O embrião é formado e transportado até o útero.


Esta etapa depende do perfeito funcionamento das tubas, órgãos extremamente delicados.

 

As alterações tubárias podem ser evidentes, como na obstrução bilateral, ou mais sutis, como nas aderências e nas distorções. Estas alterações são secundárias a processos inflamatórios/infecciosos ou a endometriose.


 

No útero, ocorrerá a implantação do embrião. Os problemas mais comuns que podem afetar esta etapa são a presença de miomas, pólipos, malformações uterinas e aderências (ou sinéquias uterinas).

 

São causas menos comuns de infertilidade.


Por fim, a endometriose é uma doença cada vez mais relevante, pois sua frequência vem aumentando nas últimas décadas. É caracterizada pela presença de endométrio fora do útero. O endométrio é o revestimento interno do útero e local onde ocorre a implantação do embrião. 


 Quando não há gravidez, o endométrio descama-se, ocorrendo a menstruação. O problema ocorre quando o endométrio se desenvolve em outros locais.


 

 Os órgãos onde mais encontramos estes implantes são os ovários, as tubas e o peritônio (revestimento interno do abdome), mas também podem atingir o intestino, o ureter e a bexiga. Os dois sintomas principais da endometriose são dor e infertilidade. A dor geralmente ocorre na menstruação e/ou na relação sexual.


Fatores masculinos

 

A função do sistema reprodutor masculino é produzir e transportar os espermatozoides. Alterações deste sistema podem reduzir a quantidade, a movimentação, a forma e a capacidade de fertilização dos espermatozoides.


As principais causas que encontramos para explicar estes problemas são: varicocele, processos infecciosos, exposição a toxinas, fatores genéticos, alterações hormonais e obstrução dos ductos de transporte. Além disso, boa parte dos homens com alteração no sêmen não tem qualquer motivo identificável que a explique.


Ilustração do sistema reprodutor masculino.



A varicocele é a presença de varizes nas veias do escroto. Muitos homens têm algum grau de varicocele, mas quando este grau é importante (veias visíveis no exame clínico), resulta em aumento da temperatura e acúmulo de substâncias tóxicas nesta região, prejudicando a produção de espermatozoides. Outros sintomas são a sensação de peso e dor na região.


 

As infecções levam a um processo inflamatório, que pode prejudicar a produção de espermatozoides e/ou aumentar o estresse oxidativo a qual estão submetidos.

Diversas toxinas podem levar ao comprometimento temporário ou definitivo da produção de espermatozoides. As principais são medicamentos usados em quimioterapia, radiação, calor ou hormônios exógenos.

 

Alterações genéticas também pode explicar a insuficiência testicular, sendo necessário pesquisá-las quando há uma redução considerável no número de espermatozoides. Por fim, a principal causa de obstrução dos ductos transportadores é a vasectomia, ou ligadura os ductos deferentes para anticoncepção.

 

Fatores de risco



Baseada nos principais fatores da infertilidade, a medicina estabeleceu quatro cuidados principais:


 

Idade: não deixar para engravidar tarde.


Doenças sexualmente transmissíveis: prevenir e tratar rapidamente.


 

Peso: evitar baixo peso ou obesidade.


Tabagismo: para de fumar, pois o cigarro reduz a fertilidade.

 

Perguntas frequentes.


 

 O que é infertilidade?


Define-se infertilidade conjugal como a ausência de gravidez após 12 meses de relações sexuais regulares sem uso de método anticoncepcional.

 

É importante ressaltar que a infertilidade não é igual a impossibilidade, mas a dificuldade para engravidar, que pode ser de diversos graus.


Quantas mulheres sofrem com o problema atualmente?


 

A infertilidade não é um problema raro. Muito pelo contrário, atinge cerca de que 15% dos casais.


A infertilidade é um problema exclusivamente feminino?


 

Não, é um problema do casal. Os dados são claros: em 30% dos casais, o problema é encontrado no homem e, em 20%, o problema está tanto no homem quanto na mulher. Assim, podemos dizer que em 50% dos casais inférteis, o homem está envolvido na causa da infertilidade.


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O que causa a infertilidade na mulher?



As principais causas de infertilidade feminina são disfunções na ovulação (fator ovulatório), alterações nas tubas (fator tubário) e no útero (fator uterino). Outra causa importante de infertilidade é a endometriose, doença cada vez mais frequente em nosso meio.

 


 Há fatores que aumentam os riscos de infertilidade feminina?



Sem dúvida. O fato de deixar para engravidar mais tarde, a obesidade ou o baixo peso, a exposição a doenças sexualmente transmissíveis e o tabagismo são exemplos claros de situações que aumentam o risco de infertilidade e que devem ser evitados.



Outra situação que vemos na prática clínica é quando a mulher é submetida a quimioterapia ou radioterapia no tratamento do câncer. Neste caso, dependendo do esquema utilizado, há perda dos óvulos e alto risco de infertilidade.



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Conheça os hábitos que comprometem a fertilidade da mulher.


Como a idade interfere na fertilidade da mulher?



A idade é a variável isolada mais importante na fertilidade da mulher. O grande problema é que os óvulos, ao contrário dos espermatozoides, não se multiplicam.

 

 A reserva de óvulos da mulher se estabelece antes dela nascer, enquanto está na barriga de sua mãe, e só reduz desde então! O problema é que, além da perda na quantidade, há também perda na qualidade dos óvulos, o que leva a uma menor chance de engravidar e a uma maior chance de abortamento.

 


Sabemos que, de maneira geral, há uma maior chance de gravidez antes dos 35 anos e que esta chance se reduz com a idade, com queda importante após os 37 anos. No entanto, isto pode variar bastante de mulher para mulher.



A ansiedade de engravidar pode atrapalhar este processo? De que forma?



A ansiedade pode atrapalhar, principalmente por trazer sofrimento ao casal. No entanto, não pode ser supervalorizada: grande parte das mulheres que querem engravidar apresentam algum grau de ansiedade e apenas uma pequena parte terá problemas.



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Controle a ansiedade - SAIBA MAIS

 


Após quantas tentativas de engravidar a mulher deve buscar orientação médica?



Após 1 ano sem conseguir engravidar, o casal deve procurar assistência médica para uma avaliação adequada. Este período deve ser menor, de 6 meses, quando a mulher tem 35 anos ou mais.

 

 Outros exemplos são naqueles casais onde há uma suspeita de alteração inicial, como presença de menstruações irregulares, Síndrome dos Ovários Policísticos, endometriose, infecção pélvica prévia, gestação ectópica anterior, laqueadura tubária ou vasectomia.



Que tipo de procedimentos os médicos usam para diagnosticar a infertilidade na mulher?



Os procedimentos que fazemos para encontrar uma causa específica de infertilidade incluem a avaliação da ovulação (história menstrual e dosagens de hormônios), o estudo das tubas (histerossalpingografia) e avaliação do útero (ultrassonografia transvaginal). A endometriose é diagnosticada através de exame de sangue (CA-125) e de exames de imagem (ultrassonografia transvaginal especializada e ressonância magnética).



Problemas de fertilidade são hereditários entre as mulheres

 

 

A grande maioria dos problemas não são hereditários, mas existem exceções.



Em relação a mulher, existem famílias com Síndrome dos Ovários Policísticos, miomas, endometriose e perda precoce dos óvulos (falência ovariana prematura).



Já os homens podem ter alterações genéticas que levam a redução da qualidade do sêmen. Outra situação rara, mas importante, é quando há ausência dos ductos deferentes bilaterais (ductos que transportam os espermatozoides do testículo para o ducto ejaculatório). Este problema está relacionado a mutação do gene da fibrose cística, doença grave que deve ser avaliada.



Quais são os principais meios, usados atualmente, para tratar a infertilidade na mulher?



Atualmente, existem diversos tratamentos para infertilidade. Podem ser divididos em procedimentos cirúrgicos ou tratamentos de reprodução humana (relação sexual programada, inseminação intrauterina e FIV).



É possível tratar a infertilidade com o uso de medicamentos? Quais são os principais?

 


Sim. Em mulheres que tem Síndrome dos Ovários Policísticos (disfunção na ovulação), a indução da ovulação é feita com medicações. Neste caso, a primeira escolha é o nitrato de clomifeno, medicação de uso oral, prática e com custo baixo.



O que são técnicas de reprodução humana?




As técnicas de reprodução humana incluem: a relação sexual programada (coito programado), a inseminação intrauterina e a FIV. Este tratamentos estão dispostos em graus de complexidade (menos complexos para mais complexos) e indicados para diferentes problemas do casal.



Quais são os riscos de cada uma delas?



O principal risco relacionado a todas as técnicas de reprodução humana é a gestação múltipla. Como todos estes tratamentos envolvem a indução da ovulação, aumentamos a chance de múltiplos óvulos e, consequentemente, múltiplos embriões. Assim, o médico deve ter cautela quando realizá-los. Outro problema importante é a Síndrome de Hiper estimulação Ovariana, quando há uma resposta exagerada às medicações usadas na indução da ovulação.

 


A geração de bebês múltiplos ainda é um fator comum para este tipo de gestação?

  


Sim. Os tratamentos de reprodução humana aumentam a chance de gestações múltiplas (gemelares, trigemelares, etc.), por induzirem a produção de um número maior de óvulos e embriões. No entanto, muito se tem feito para amenizar este risco. Além disso, é sempre bom ressaltar que a chance de gestação múltipla é menor do que a chance de gestação única.

 


Bebês gerados a partir de técnicas de reprodução assistida tendem a nascer prematuros?



A prematuridade está relacionada a gestações múltiplas (gemelares, trigemelares, etc.). Assim, uma gravidez única após fertilização in vitro não tem risco aumentado de prematuridade. Mas uma gestação múltipla, tanto pós-fertilização quanto espontânea, tem risco aumentado.



As técnicas de reprodução assistida são eficientes? Que fatores prejudicam o sucesso deste tipo de tratamento?



Houve uma grande melhora dos resultados das técnicas de reprodução humana. A FIV, por exemplo, apresenta uma chance de sucesso de 40%, em média. Apesar de não parecer excelente, ela representa o dobro da chance de um casal sem problemas engravidar. No entanto, muito precisa ser feito para conseguirmos resultados ainda melhores.

 


Os dois principais fatores que prejudicam o sucesso do tratamento andam lado a lado: a idade da mulher e a quantidade e qualidade dos óvulos. Mulheres com mais de 40 anos de idade, por exemplo, apresentam uma chance consideravelmente menor do que as com menos de Outros fatores importantes são: baixa quantidade e qualidade dos espermatozoides, presença de endometriose grave e associação de múltiplas causas de infertilidade.

 

O que causa a infertilidade no homem?



As principais causas que encontramos no homem são: varicocele, processos infecciosos, exposição a toxinas, fatores genéticos, alterações hormonais e obstrução dos ductos de transporte. No entanto, boa parte dos homens com alteração no sêmen não tem qualquer motivo identificável que a explique.

 


Existe alguma relação ente fertilidade e potência sexual?

 


Na imensa maioria dos homens, não. A produção dos espermatozoides (fertilidade) e da testosterona (potência sexual) é feita por células diferentes no testículo. Assim, o que ocorre com mais frequência é a alteração no sêmen com nível de testosterona normal.

 


É possível ter boas relações sexuais e não engravidar uma mulher?

 


Com certeza. Engravidar é apenas uma parte do que se expressa na relação sexual. Além disso, existem diversos motivos que explicam a infertilidade, sendo que a imensa minoria destes envolvem a perda da potência sexual do homem ou da mulher.

 


Há fatores que aumentam os riscos de infertilidade masculina?

 


Sim, principalmente relacionados à exposição a substâncias tóxicas. Dentre os exemplos mais comuns temos os medicamentos usados em quimioterapia, a radiação ionizante, o calor ou os hormônios exógenos. Além disso, infecções que levam a inflamação dos testículos (orqui-epididimite) também podem estar envolvidos.

 


Como a idade interfere na fertilidade do homem?



A idade interfere na fertilidade do homem, mas de maneira muito menos importante do que na mulher. Há trabalhos que mostram uma redução na concentração e na motilidade dos espermatozoides, outros um aumento de problemas genéticos com a idade. No entanto, as evidências demonstram pouca ou nenhuma influência na capacidade de gerar uma gravidez.



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Seis hábitos que prejudicam a fertilidade masculina?

 


Que tipo de procedimentos os médicos usam para diagnosticar a infertilidade no homem?

 


O principal exame no homem é o espermograma. Deve ser feito após abstinência sexual de 2 a 5 dias e, idealmente, repetido com intervalo de 15 a 30 dias (dois espermogramas). Este exame avalia o volume do sêmen, o número, a concentração, a movimentação (motilidade) e a forma (morfologia) dos espermatozoides e a presença de inflamação.



Apresenta boa correlação com gravidez e sempre deve ser realizado!



Diagnóstico de Infertilidade

 

Apesar de parecer complicada, a investigação do casal deve ser objetiva e direcionada às principais causas que levam a infertilidade. Além disso, vale ressaltar: a investigação é sempre do casal, nunca apenas da mulher ou do homem.

 


Na mulher, os testes básicos que fazemos incluem, a avaliação da ovulação (história menstrual e dosagens de hormônios), o estudo das tubas (histerossalpingografia) e avaliação do útero (ultrassonografia transvaginal).

 

O diagnóstico de endometriose, quando há suspeita, envolve exames de sangue e de imagem (ultrassonografia com preparo intestinal).

 


Apenas quando necessário, podemos lançar mão de testes mais avançados como a ressonância magnética, a laparoscopia, a histeroscopia e a avaliação genética.

 


No homem, avaliamos a produção de espermatozoides através da análise do sêmen (espermograma).

 

O espermograma avalia o volume do sêmen, o número, a concentração, a movimentação (motilidade) e a forma (morfologia) dos espermatozoides e a presença de inflamação.

 


Quando indicado, solicitamos outros exames como dosagens hormonais, ultrassonografia da região pélvica, biópsia testicular e estudos genéticos do homem, dentre outros.

 


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Espermograma ajuda a revelar dados do sêmen

Quando é necessário pedir ajuda médica?



Exame de imagem ajuda a identificar o problema

 

Tratamento de Infertilidade

Orientações gerais

 


Antes de pensar em qualquer tratamento de reprodução humana, existem orientações fundamentais a qualquer casal que queira engravidar. Inicialmente, é necessário realizar exames ante natais, como sorologias para HIV, hepatite B e C, sífilis e rubéola. Além disso, no intuito de reduzir o risco de algumas malformações, está universalmente indicada a suplementação com ácido fólico para mulher. Em relação a fertilidade, devemos orientar o casal a manter um peso adequado, hábitos saudáveis de vida e, em caso de tabagismo, tentar parar.

 


Após a investigação da causa da infertilidade, inicia-se, quando indicado, o tratamento adequado. Este pode ser feito através de cirurgias ou de procedimentos clínicos. A nomenclatura dos procedimentos que usamos no tratamento do casal infértil varia de acordo com cada serviço ou Sociedade Médica. Para fins didáticos, consideramos que as técnicas de reprodução humana incluem: a relação sexual programada (coito programado), a inseminação intrauterina e a FIV. Em muitas situações, há mais de uma opção de tratamento. Nestes casos, dentre os fatores que determinam a escolha temos: idade da mulher, tempo de infertilidade, fatores associados e desejo do casal.

 


Tratamento Cirúrgico




O tratamento cirúrgico está indicado em algumas causas de infertilidade. São exemplos os miomas, os pólipos ou as malformações uterinas, as alterações tubárias corrigíveis e a endometriose. Atualmente, dá-se preferência aos procedimentos minimamente invasivos, como a laparoscopia e a histeroscopia.



Em relação ao homem, pode-se considerar tratar cirurgicamente a varicocele ou realizar a reversão da vasectomia. Além disso, quando não há espermatozoides no sêmen ejaculado (azoospermia), podem ser necessários procedimentos cirúrgicos para a coleta dos espermatozoides do testículo (punção do testículo ou microdissecção do testículo) ou do epidídimo.

 


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Estresse pode atrapalhar o tratamento da infertilidade.

Psicólogo facilita tratamento para engravidar

 

Relação sexual programada (Coito programado)

 


A relação sexual programada é indicada para a mulher que tem problemas na ovulação. É o tratamento mais simples em reprodução humana. A primeira etapa é a indução da ovulação, que é feita com medicações tomadas por via oral ou aplicadas por injeções subcutâneas. Neste período, o crescimento dos folículos ovarianos (cada folículo contém um óvulo) é controlado por exames de ultrassom. Quando os folículos atingem um tamanho adequado, aplica-se uma última medicação, que deflagra a ovulação propriamente dita. As relações sexuais são programadas e o teste de gravidez é feito após 14 dias.



A chance de gravidez com este tratamento é em torno de 15% por ciclo (ou tentativa). Apesar de parecer limitado, devemos lembrar que é um tratamento simples e que praticamente iguala a chance de engravidar a um casal infértil a de um casal fértil.



Inseminação intrauterina



A inseminação intrauterina é indicada para o casal em que o homem tem uma alteração leve a moderada do sêmen. Também pode ser usada em casos em que não se encontra o fator da infertilidade (infertilidade sem causa aparente) ou quando há alterações leves. É um tratamento intermediário em reprodução humana. A indução da ovulação é feita de maneira semelhante a relação sexual programada. No entanto, em vez da relação sexual propriamente dita, faz-se a injeção do sêmen processado dentro do útero da mulher, utilizando-se um cateter delicado. O processamento seminal tem como objetivo separar os espermatozoides com boa motilidade. O teste de gravidez é feito após 14 dias.



A chance de gravidez com este tratamento é em torno de 15 a 20% por ciclo (ou tentativa). Novamente, é semelhante a chance por ciclo de um casal sem alterações.

 

 

Ilustração de inseminação artificial.

Fertilização in vitro (FIV)

 


A FIV está indicada para inúmeros problemas sérios que levam a infertilidade, como alterações tubárias, endometriose, baixa qualidade dos óvulos e alteração importante do sêmen. É um tratamento de alta tecnologia em reprodução humana.



As etapas da FIV são: a indução da ovulação, a captação dos óvulos, a coleta dos espermatozoides, a fertilização no laboratório e a transferência dos embriões.



A indução da ovulação é realizada de maneira semelhante a relação sexual programada. No entanto, utilizamos preferencialmente medicações injetadas por via subcutânea e em doses maiores, para produzir um número maior de óvulos. Quando os folículos atingem um tamanho adequado, visto ultrassonograficamente, aplica-se a última medicação, que deflagra o amadurecimento dos óvulos. Em média, esta etapa dura em torno de 10 dias.



A captação dos óvulos é realizada 35 horas após a última medicação. É feita através da punção de cada folículo com uma agulha fina por via transvaginal. O procedimento é feito sob visão ultrassonográfica e anestesia. A coleta dos espermatozoides é realizada por masturbação, no mesmo dia da captação. Quando não há espermatozoides no sêmen ejaculado (azoospermia), podem ser necessários outros procedimentos para a obtenção dos espermatozoides (punção do testículo ou do epidídimo, por exemplo).



No laboratório, os óvulos captados são fertilizados pelos espermatozoides, formando os embriões. Atualmente, na maioria dos casos a fertilização é feita através da injeção do espermatozoide diretamente dentro do óvulo (ICSI).



Os embriões se desenvolvem no laboratório por 3 a 5 dias. Após este período, eles são transferidos para dentro do útero da mulher. Este procedimento é realizado com um cateter delicado e não há necessidade de anestesia. O teste de gravidez é feito após 9 a 11 dias.



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Há alguns riscos associados a este tratamento. O mais comum deles é a gestação múltipla, que está associada a índices mais elevados de abortamentos, prematuridade e recém-nascidos de baixo peso. A Síndrome de Hiperestimulação Ovariana é rara e decorre das medicações hormonais usadas na indução da ovulação. O evento característico é uma resposta exagerada às drogas indutoras, que pode levar a dor abdominal, edema e retenção de líquidos. Em casos extremos há necessidade de interromper o tratamento e, até mesmo, de cuidados hospitalares. Outras complicações são: sangramentos após a punção ovariana, infecção pós-punção e torção de ovário.



Este tratamento oferece uma chance de gravidez em torno de 40%.


 


 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Cuidados com o recém-nascido

Quais as características  dos recém-nascidos?

Por ocasião do nascimento, a grande maioria dos bebês têm um peso que varia de 2,8 a 4 kg e uma altura entre 47 e 54 cm. Sua pele é avermelhada e recoberta por uma camada de gordura, que protege e aumenta sua resistência.

É normal o bebê emagrecer depois do nascimento?

A perda de peso, dentro de certo limites, é normal, pois faz parte das transformações que começam a acontecer nos primeiros dias de vida do bebê. Essa perda  de peso corresponde à eliminação das primeiras fezes, de urina e de água corporal. Os limites deste" emagrecimento " serão avaliados pelo especialista especialistas da equipe de saúde que estiver atendendo seu bebê .Ele dará a orientação adequada ao caso, ainda quando você estiver na maternidade.

Como se deve tratar o cordão umbilical?

O cordão umbilical, que unia o bebê á mãe na fase de vida intrauterina, é fechado log após o nascimento com um "grampo" de plástico. A seguir, o cordão é cortado, completando a separação do bebê do corpo materno .Sempre se deixa um pequeno pedaço, ou " coto", que gradualmente vai-se ressecando, até cair espontaneamente por volta do final da primeira semana de vida .No local , só ficará um sinal, que é o umbigo.
É muito importante manter o coto bem limpo, até a sua queda. Isto deve ser feito diariamente, aplicando-se álcool comum a base, com a ponta de um bastão previamente envolvido em algodão ou com cotonete.

Manchas vermelhas nos olhos são sinais de problema?

Não é raro o bebê apresentar as manchas vermelhas nos olhos ou, outras vezes, inchaço das pálpebras.
Porém, estas condições fazem parte do próprio ato do nascimento, e desaparecem rapidamente, sem que seja necessário qualquer cuidado especial.

E pele amarelada, isto não é prejudicial ao bebê?

Frequentemente. a partir do segundo dia de vida, o bebê pode apresentar uma colaboração amarela da pele chamada " icterícia" .É preciso lembrar que a icterícia não é doença na grande maioria dos casos, mas apenas uma condição passageira que não implica em nenhum problema. Mais uma vez, caberá ao médico da equipe avaliar a origem e a intensidade da icterícia, fazendo o diagnostico preciso do quadro e dando orientação adequada à situação.

A moleira na cabeça do bebê é normal?

A "moleira" é também uma característica do recém-nascido, pelo que não deve ser motivo de preocupação. Ela nada mais é que uma região mais mole na parte superior dos ossos do crânio, que ainda não estão solidificados .Ela vai-se fechado aos poucos, num processo que só se completa por volta dos 18 meses de vida.

Por que alguns bebês tem mamas inchadas e, muitas vezes, até sai um pouco de leite delas?

Este pequeno inchaço das mamas e a saída de leite são mais frequentes do que se imagina e podem acontecer tanto com meninos quanto com meninas .Nestas, também pode aparecer um sangramento pela vagina .Todos esses fatos são dependentes da passagem de hormônios maternos para o bebê antes do nascimento .Não há nada a fazer, porque tudo vai sumir espontaneamente .O bebê deve ser mantido sempre bem limpinho e, o que mais importante , não se deve espremer as mamas para esvaziá-las .Fazendo isso, ai sim, poderá haver complicações sérias.

É preciso ensinar o bebê a mamar?

O bebê já nasce com uma habilidade muito importante e que não precisa aprender: ele sabe sugar. Logo nos primeiros dias aprende a coordenar sucção, deglutição e respiração, de modo a não engasgar-se. Automaticamente, volta a cabeça em direção ao bico do seio, quando este toca a sua face, da mesma forma que sua se abre ao ser tocado o lábio superior. O bebê também consegue agarrar automaticamente o dedo de uma pessoa, se este for colocado na palma de sua mão. Todas estas respostas automáticas ( exceto a sucção) desaparecem em alguns meses, e o bebê passa então a executar movimentos voluntários, isto é, aqueles que ele quer fazer.

O recém-nascido já pode usar todos os seus sentidos?


Sim. Ele pode olhar para os objetos e pessoas, principalmente para sua mãe, numa troca imensa de afeto. É aquele momento do " olho no olho", tão gratificante  para o bebê quanto para a mamãe. Ele ainda reage a ruídos e presta atenção à voz de sua mãe .Em pouquíssimo tempo, conseguira até identificar o odor peculiar da mamãe.

Amamentar ao seio é importante ?

Nesta fase da vida, a alimentação ao seio é a principal fonte de satisfação para o bebê. O aleitamento materno traz segurança e satisfaz integralmente suas necessidades básicas, protegendo-o de possíveis doenças, como infecções intestinais que provocam diarreia.

Quando o bebê deve mamar pela primeira vez?

A primeira mamada pode ocorrer logo após o parto ou dentro das primeiras horas de vida. Nesta ocasião, o recém-nascido recebe um leite uto especial, chamado de "colostro" , de grande valor alimentar e fator decisivo na proteção contra infecções .O leite "maduro" só aparece alguns dias depois, estimulado pela própria  sucção do bebê.

Como devem ser as " fezes normais"?

Vale a pena lembrar que as primeiras fezes do bebê são bastante diferentes -escuras e pegajosas, chamadas de " mecônio". Gradativamente do bebê alimentado ao seio. É comum a cada mamada corresponder uma evacuação.




quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Saúde da Mulher /Aleitamento Materno

Parabéns ! Seu filho nasceu forte e saudável, embora ainda seja indefeso e frágil. O desenvolvimento da criança , que começou dentro do útero materno, vai agora se completar fora dele.

Lembre -se: um bom desenvolvimento depende, fundamentalmente, de alimentação. Além , é claro, de todos os outros cuidados, como higiene e educação.

Qual o melhor alimento para o bebê?

A resposta é simples.O melhor para o bebê é o leite materno, um alimento completo. E se não bastasse isso , sendo o mais natural dos alimentos , o leite materno é também o mais higiênico, pois já vem limpo e na temperatura certa. Passa do peito da mãe prontinho para a boca do bebê.

O que fazer se leite for fraco ou aguado?

Não é preciso ter a menor preocupação quanto a isso. Essa história de que existem leites fracos ou aguado não passa disso- histórias.

Como é o leite nas primeiras mamadas?

O leite materno, que começa a ser formado durante a gravidez, chama-se .É um líquido transparente , de cor amarelada .Após o parto, durante 3 ou 4 dias, a mulher continua produzindo o colostro , que é um leite muito nutritivo e capaz de proteger o recém-nascido de várias doenças.

Quantas vezes o bebê deve mamar por dia?

Preste muita atenção .Não existe horário para amamentar , ou tempo certo de amamentação .A criança não tem um reloginho na barriga e deve mamar sempre que chorar .Mais: o bebê deve mamar pelo tempo que quiser. 

Existe modo especial para se dar de mama?

Veja bem .Antes de dar o seio a seu filho , lave bem as mãos com  água e sabão.Escolha um local tranquilo, onde haja pouca luz e pouco barulho. Em cada mamada, a mãe deve oferecer os  dois seios, começando pelo que foi dado em último lugar na mamada anterior.
Não se esqueça : no ato da amamentação . o contato físico da criança com o corpo da mãe é uma forma de conversa que permite a troca de amor e afeto entre a mãe e o filho.

É a água e os chás?

Não é preciso preocupar-se com isso até o 6º mês de vida da criança .O leite materno é um alimento tão completo que o bebê só precisa mamar.Não precisa beber água , chás ou outros leites. Acredite: o leite materno é tudo de que o bebê necessita.

Mas nem um pouco de leite de vaca?

Não. O corpo do bebê ainda está em formação .Assim, não tem condições de trabalhar duro.
Alimentos de difícil digestão, como leite de vaca, por exemplo, só trazem problemas para a criança. Nunca é demais dizer: amamentar não têm contra- indicações .
Além de todas as vantagens que você já viu, o lei te materno tem mais uma qualidade : é de fácil digestão.


Que cuidados devem ser tomados com o seios?

A mulher que amamenta tem de cuidar dos seios para que eles sejam, verdadeiramente , o canal adequado de alimentação para o bebê .Além disso , os cuidados de higiene evitam rachaduras e dores na hora da amamentação.Anote mais estes conselhos: tome alguns minutos de banho de sol no seios , sempre que possível e não use sabão ou cremes hidratantes no bico do seio.

O aleitamento traz riscos para a mulher?

Ao contrário .O útero , que foi bastante modificado do durante a gravidez , volta ao normal muito mais rapidamente; a mulher que amamenta corre o risco menor de engravidar logo após o parto ; e quem dá o seio ao filho tem muito menos chances de ter câncer na mama .Amamente seu filho: você estará dando a ele amor , carinho e proteção.

Como o corpo consegue produzir leite?

A mama, que a gente conhece como peito ou seio, apresenta internamente um conjunto de 15 a 20 cachos de uva , dispostos ordenadamente em seu interior , de modo que o cabinho de cada cacho fica na altura do mamilo.
Cada uva, bem pequena , é ligada a outras e por estas a canais finos e curtos, que por sua vez , se ligam a uma bolsa ou depósito de leite. Este depósito de leite fica situado sob a região próxima da aréola , isto é aquela parte mais escura em vota do bico do seio.A todo este conjunto de 15 a 29 " cachos se dá o nome de glândulas mamária.

O leite então fica armazenado?

A produção do leite depende da sucção. Portanto, quanto mais o bebê sugar, mais leite será produzido e depositado debaixo da aréola.  Dai a importância de se ter sempre a mama esvaziada, para que mais leite possa ser produzido .As glândulas mamárias se preparam para a produção do leite durante a gravidez , pela ação de alguns hormônios.

 Como deve ser a sucção? 

O bebê deve sugar , abocanhando o mamilo e uma parte ou toda a aréola , para permitir melhor esvaziamento da mama e evitar fissuras ou rachaduras.A mãe pode ajudar com os dedos, para afastar o peito do nariz do seu bebê, a fim de que ele respire livremente.

Como saber se o leite está fazendo bem?

Para saber se o leite está fazendo bem ao bebê e se esta sendo produzindo em quantidades certa, basta ver, quando você for ao Centro de Saúde, se o ganho de peso da criança está dentro esperado.Atenção :fique de olho na urina do bebê .Ele deve molhar a fralda várias vezes por dia.Isto é sinal de que  a quantidade de leite ingerida é suficiente e você não precisa se preocupar .Observe também se há vazamento de leite pela outra mama: é normal e significa estar havendo produção de leite e que ele está descendo.

Por que oferecer os dois seios?

Para melhor esvaziar as mamas e, portanto, tornar possível maior produção de leite.Além disso , oferecendo os dois seios , a criança recebe quantidade semelhante de nutrientes em cada mamada.

O bebê precisa arrotar após a mamada?

Precisa sim, .Aliás nunca se esqueça de colocar o bebê para arrotar ao trocar de peito e também ao final da mamada. Para isso, a criança tem de ser colocada em pé, apoiada no peito da mãe, que vai batendo levemente com palma das mãos em suas costas. Um outro jeito é deixar o bebê de bruços , no berço .Não se esqueça de mais este conselho: ao amamentar, você deve tomar mais líquidos e nunca deixar de tomá-los quando sentir sede .Faz muito bem o repouso entre as mamadas.

Qual a melhor posição para a mamada?

Aquela que for mais confortável para você e seu bebê.Mas nem tudo é simples.Às vezes acontecem dificuldades e problemas .Por exemplo, se o seu mamilo for plano ( achatado) ou invertido.

O que fazer em casos assim?

Durante o pré-natal , a equipe de saúde deve ser avaliado se você tem mamilo normal. plano ou invertido. Se isso não ocorreu , não se preocupe - os exercícios para corrigir mamilos planos ou invertidos podem ser feitos antes ou depois do parto.

Como são esses exercícios?

Esses exercícios são feitos na aréola , o mais próximo possível do mamilo .Utilizando as duas mãos, com os polegares e ao mesmo tempo , faça movimentos para a esquerda e para a direita, para cima e para baixo .Feito duas ou três vezes por dia, esses movimentos podem tornar o mamilo normal , o que permitirá amamentação mais tranquila.

E se o seio ficar empedrado?

Para evitar esta situação, alguns cuidados devem ser tomados .Um deles é o uso de sutiãs que deem maior sustentação aos seios, para permitir que os canais do leite sejam mantidos retos, o que levará a um melhor esvaziamento das mamas. Outra providencia é começar a mamada pelo peito que estiver cheio. Se o seio estiver muito duro, tente aliviá-lo através de esvaziamento ou ordenhar manual.

Como é feito esse esvaziamento?

Pode ser feito de duas maneiras:
Você apalpa a mama, procurando os pontos endurecidos e doloridos ( locais onde há acúmulo de leite).Localizados esses pontos faça massagens com as pontas dos dedos, para que o leite saia pelo bico do seio. Quando não sentir mais dores, é sinal de que não há mais leite acumulado.
Sustente a mama com duas mãos e empurre o leite com os polegares , fazendo correr os dois em direção ao mamilo, mantendo a mesma pressão.
Atenção: o esvaziamento deve começar pelo depósitos situados sob a aréola, pois com o leite acumulado ela se torna endurecida , distendida e plana , dificultando a sucção.

E quando surgirem rachaduras?

Antes, é bom saber como preveni-las. Faça o bebê sugar o seio corretamente, isto é , abocanhando inclusive a aréola ;faça esvaziamento manual antes das mamadas, quando os seios estiverem rijos por causa do excesso de leite; no final das mamas, para soltar o mamilo, coloque o dedo mínimo comprimindo bem a aréola perto da boca do bebê; não utilize sabonetes ( lave os seios só com água , na hora do banho).A limpeza excessiva resseca a pele, facilitando o aparecimento de fissura ( rachaduras); não use lubrificantes ou hidratantes nos seios- eles tornam a pele da aréola fina e muito sensível, propiciando rachaduras , e não utilize bomba para a retirada do leite.

Como tratar as rachaduras?

Você deve continuar amamentando, só que em intervalos menores e com mamadas de menor duração;não utilize pomadas, porque não fazem bem à criança e e não curam fissuras, complete o esvaziamento do seio, sempre que necessário , através de pressão manual, só amamente quando a aréola estiver macia, sem que haja acúmulo de leite ( para isso é preciso fazer o esvaziamento manual antes de oferecer o peito ao bebê); oferecer primeiro- e por pouco tempo - a mama cujo mamilo estiver menos macucado. Em seguida, passe para a outra .A fome faz com que que a criança sugue com mais força, o que agrava as fissuras , se você não suportar a dor, retire o leite por pressão manual e ofereça à criança com uma colherinha, até que você tenha condições de amamentar novamente.

E se a mama inflamar?

Vá ao Centro de Saúde e lá você obterá a orientação necessária ao tratamento .Você pode continuar amamentando o bebê no seio que está bom.E não se preocupe as drogas normalmente utilizados no tratamento ( analgésicos, antitérmicos e antibióticos específicos)não prejudicam a criança.

E a mãe que trabalha fora?

Nesse caso, ela deve dar o peito livremente sempre que estiver em casa. Além disso, é preciso retirar o leite do peito, por pressão manual, e coloca-lo em um frasco bem limpinho, deixando-o para ser oferecido ao bebê enquanto estiver fora de casa. O leite pode ser conservado por 12 horas em local fresco, ou por 24 horas, na geladeira , desde que não haja restos de mamada nesses frasco. Não se esqueça de lavar as mãos com água e sabão antes de retirar o leite do seio.
No trabalho , esvazie as mamas sempre que senti-las cheias ( a cada 2 ou 3 horas).

Só o leite , então. é suficiente para alimentação?

Até os seis meses de idade, e a mãe der o leite materno sem interrupções , ele supre todas as necessidades nutricionais do bebê. Depois dessa idade , a criança precisa receber outros alimentos, começando com o suco de frutas , papas de frutas e refeições.

Já se pode, então , retirar o leite materno?

Isso não quer dizer que o leite materno deva ser abandonado .Ao contrário .O aleitamento materno deve ser mantido até o final do primeiro ano de vida.Com ele, o bebê crescerá sadio das infecções intestinais (diarreia) que podem ser extremamente graves.

Existem obstáculos à amamentação?

Sim, mas são muito raros. Algumas situações podem contra-indicar a amamentação, como certas doenças: febre, tireoide, febre-amarela,hepatite B, AIDS etc, cuja contaminação também pode ocorrer pelo leite. Outras contra-indicações são doenças mentais graves e tumores maternos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Saúde da Mulher/ Pré Natal

O que acontece logo após a fecundação do óvulo?

Quando o espermatozoide fecunda o óvulo , forma-se o ovo.Isso ocorre normalmente nas trompas da mulher.
Logo após a fecundação , o ovo começa a se desenvolver através da reprodução das células, sai da trompas e se desloca para o útero. Sete a dez dias depois da fecundação, ele adere à parede interna do útero , que já está preparada para recebê-lo ( sabe se hoje que em torno de um, de cada três ovos, não consegue se fixar no endométrio , e é eliminada com a menstruação, sem que a mulher perceba o que aconteceu). Nas primeiras oito semanas o ovo é chamado de embrião .E depois desse período , até o nascimento , é chamado d feto.

O que é a placenta e qual a sua função?

A placenta é um órgão formado a partir das células da mãe e do embrião, que vai se desenvolvendo simultaneamente com o ovo.
Ela é a principal ligação entre a mãe e o feto durante a gravidez, sendo responsável pela nutrição, respiração e proteção do feto. Tudo isso é feito com a ajuda dos chamados anexos placentários.


Quais são os anexos placentários e que papel eles desempenham durante a gravidez?

Os anexos placentários são as membranas ovulares e o cordão umbilical. O cordão umbilical faz a ligação entre o feto e a placenta.Por ele circula o sangue do feto, levando assim o alimento , oxigênio  e tudo que ele precisa para se desenvolver. Já as membranas ovulares são responsáveis pela proteção do feto, Ela se desenvolve e formam uma bolsa ( a mesma que se rompe antes do parto), que contém um líquido chamado amniótico, onde o feto fica submerso durante toda s gestação.




A gravidez é uma doença?

Não. A gravidez é um processo de desenvolvimento que forma um novo ser. Muitas pessoas associam a gravidez  a uma doença porque , durante esse período, a mulher fica mais sensível aos problemas de saúde, tanto do ponto de vista biológico, quanto do psíquico. Isto porque no período de gestação, os problemas são duplamente prejudiciais, tanto do ponto de gestação, os problemas são duplamente prejudiciais, tanto para o mãe quanto para o bebê. Por este motivo, é importante que a mãe seja assistida de perto por médicos do serviço de saúde.
Os serviços de saúde devem estar organizados para realizar o acompanhamento pé-natal de todas as mulheres grávidas.

Por que o pré- natal é tão importante?

O objetivo do acompanhamento pré-natal é garantir , na medida do possível , que toda gestação resulta em uma mãe e um filho sadios. O trabalho baseia-se em ações de prevenção e tratamento de possíveis doenças. Durante todo o pré-natal são realizadas consultas médicas, programas de educação e apoio emocional. Isto tudo prepara adequadamente a mulher para o parto e para os cuidados com o recém-nascido, inclusive o aleitamento materno.

Quando se deve começar o pré -natal e qual a sua duração?

Quanto mais cedo se iniciar o pré-natal , maiores os benefícios para a mãe e para a criança. Por, isso recomenda-se que , tão logo a mulher suspeite de uma gravidez , procure o serviço de saúde para fazer os exames e começar o pré-natal.
De modo geral, a gestante deve ser consultada pelo médico uma vez por mês , durante a maior parte da gravidez, e quinzenal ou semanalmente , no final dela. O pré-natal só termina quando o bebê nasce.

Como são feitos os exames?

Na primeira consulta, o médico faz um exame físico cuidadoso, traça um perfil histórico -clínico da paciente ( doenças que já teve e problemas de saúde na família ) e solicita exames de laboratórios .Isto tudo para verificar se a gestação é normal ou se apresentará algum problema ( as chamadas gestações de alto risco), o que exigirá acompanhamento especializado .As próximas consultas vão avaliar se a criança está se desenvolvendo bem e identificar o eventual aparecimento de problemas.
Neste período, as ações educativas são muito importantes e devem estar presentes em todas as consultas .Este trabalho pode ser desenvolvido através de grupo de gestantes ou individualmente.

Por que dividir o atendimento entre gestação normal e de alto risco?

O serviço público de saúde divide o atendimento conforme os níveis d risco da gravidez, para tentar suprir as necessidades de 100% das gestantes, Assim , as mulheres que apresentam gestação normal são atendidas nos Centros de Saúde próximos de uma casa. Já as mulheres que apresentam problemas são encaminhadas para os ambulatórios especializados , capazes de realizar um acompanhamento mais intenso e eficaz durante toda gravidez.

Essa estratégia é utilizada em muitos países do mundo desenvolvido. No, Brasil, ela é importante , porque permite
aproveitar mais e melhor os poucos recursos disponíveis.
Apesar de tudo isso, a atenção pré-natal entre nós ainda está muito distante do ideal. Há muitas deficiências , principalmente nas regiões carentes, como Norte e Nordeste .Nas regiões Sul e Sudeste, elas são menores , mas , mesmo assim, consideráveis.

O que considera uma gestação normal?

Podemos dizer que 90% das gestações são normais isto é , não apresentam nenhum problema durante os nove meses de gestação e também no momento do parto. Nestes casos , o trabalho de parto e o nascimento da criança ocorre num período compreendido entre 38 a 41 semanas, contadas desde o início da última menstruação . Estas crianças geralmente nascem saudáveis com peso adequado (superior 2,5 Kg) e, em poucos dias podem deixar o hospital,, justamente com a mãe.

Quais os fatores que podem complicar uma gestação?

Cerca de 10% das gestações podem não ter uma evolução tão satisfatória .Existem muitos fatores que podem complicar a gestação. Entre , eles podemos citar: condições de saúde da mãe ( pressão alta, diabetes e infecções), problemas na gravidez e no feto ( sangramentos incompatibilidade do sistema Rh e má formação) também uma acompanhamento ineficiente do serviço de saúde ( pré-natal insuficiente e tratamento inadequado de  moléstias). Todos estes fatores contribuem para a ocorrência de nascimento prematuros , recém -nascidos com baixo peso, e infecções.

Então, é por isso que a divisão do atendimento é tão importante?

Exatamente .Algumas gestantes ( cerca de 10%), exigem uma atenção diferenciada , tanto antes do parto ( pré-natal), quanto no parto e durante o puerpério ( logo após o nascimento do bebê). As crianças também precisam  de diferentes tipos de cuidados.Seria muito difícil prestar atendimento tipos de cuidados. Seria muito difícil prestar atendimento adequado e a distinção entre os casos " normais " e complicados" só fosse feito no momento do parto. Hoje, com todos os recursos de que dispomos, é possível definir com boa precisão quais os casos potencialmente complicados e  encaminhá-los aos serviços especializados no início da gravidez.

Atualmente, o número de cesáreas é muito elevado?

Sim. Hoje , em São Paulo, cerca da metade dos nascimentos é feita através da cesariana.Isto não ocorre em nenhum outro país do mundo ,Na América do Norte, assim como nos países da Europa, raramente a incidência de cesáreas alcança 25% do total de partos.

Em que condições a cesariana é indicada?

A cesárea deve ser utilizada apenas quando se mostrar uma alternativa mais segura à via vaginal, ou seja, ao parto normal- somente nos casos em que este se mostrar mais arriscado para a mãe ou para a criança.Nos demais casos, o parto normal ainda é a alternativa mais natural e traz menos inconvenientes par a mãe e para o recém -nascido.Pedir ao médico para marcar a data de uma cesárea, apenas por vontade da mãe é totalmente errado, porque a cesárea é muito mais perigosa para a mãe é totalmente errado,porque  cesárea é muito mais perigosa para a mãe e para o bebê que o parto vaginal, quando não existem complicações, na gravidez ou no parto .Também a cesárea com data marcada aumenta o risco de parto prematuro.O melhor é esperar o momento que a natureza decide qual é a hora do bebê nascer.